Festa e reflexão com Zumba e caridade das mulheres gráficas
Comitê Feminino promove festa para as trabalhadoras neste domingo
Este domingo (13) é dia das profissionais gráficas festejarem e refletirem sobre o Dia Internacional da Mulher na sede do Sindicato (Sindgraf-PE). A festa é para todas, independente de serem filiadas. O evento começa a partir das 9h, com um café da manhã em homenagem as profissionais que se dedicam à produção gráfica o ano todo. Depois, através de uma aula de Zumba – dança de ritmos latinos – a descontração tomará conta de todas no festejo. Quem puder levar um pacote de fraudas para ser doado a mães de bebês com microcefalia será bem vindo. O Comitê Feminino do Sindgraf, responsável pelo evento, está organizando uma campanha solidária das trabalhadoras para mulheres que penam com o filho doente, além do abandono do parceiro e da desigualdade social.
“Este domingo (13) ficará marcado como o dia em que as profissionais gráficas festejaram o seu dia (Dia da Mulher) com muito lazer, alegria e interação entre elas no Sindgraf”, diz Lidiane Araújo, vice-presidente do Sindgraf e coordenada do Comitê Feminino. Logo após o café da manhã especial, todas vão movimentar o corpo com um animadíssimo ‘aulão’ de Zumba. Será um momento de cuidar da saúde e brincar ao mesmo tempo. Isso porque a Zumba funciona como atividade física aeróbica, sendo que com movimentos de dança e coreografias que misturam uma série de ritmos latinos e internacionais. É um sucesso nas academias. Ela mistura ritmos do hip hop, pop, rap, bhangra, flamenco, dança do ventre, dança africana, além da salsa, merengue, cumbia e reggaeton.
A festa será um momento para refletir sobre as conquistas das mulheres ao longo da história, marcado por lutas, vitórias e discriminação contra as mulheres. “Também teremos a oportunidade de praticar o bem. Este ano as mulheres que estão mais precisando da nossa força são as mães dos bebês microcéfalos. Por isso, contamos com quem puder para fazermos a doação de fraudas descartáveis para estas mulheres”, fala Lidiane, lembrando que a união das empregadas gráficas podem ajudar muito a estas mães, sendo elas a maioria da classe menos favorecida.
Também será a oportunidade para se debater sobre ações práticas para melhorar a vida de todas nós, profissionais, gráficas. E diminuir ou findar com injustiças contra o gênero feminino “, diz Lidiane. E a única maneira disso acontecer, destaca a sindicalista, começa a partir da união entre nós, mulheres. Juntas somos fortes. No local de trabalho, por exemplo, tudo começa pelo apoio à sua colega do lado, a sua amiga, ou qualquer outra trabalhadora que esteja sofrendo com algum tipo de injustiça. Não se cale, denuncie ao Comitê Feminino do Sindgraf. Pode ser anônima. A filiação ao sindicato também fortalece as trabalhadoras. Sindicalize-se!
Lidiane aproveita e reforça o convite às trabalhadoras para participem neste domingo da comemoração pelo Dia Internacional da Mulher, que foi celebrado terça-feira (8). “Não podemos passar ‘em branco’ esta data tão especial para nós, mulheres, sob pena de retroceder e não avançar. Temos sempre que nos lembrar da origem do 8 de março, que sirva de festa, reflexão e sobretudo de ação prática. Não adianta entendermos as conquistas e não dar continuidade nelas através da nossa luta”, destaca.
Histórico
No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário). Elas também lutavam por equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho), além de tratamento digno dentro do local de trabalho.
No entanto, a manifestação delas foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada em seguida. Este ato desumano matou cerca de 130 tecelãs carbonizadas. Somente no ano de 1910, durante uma Conferência na Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres assassinadas na fábrica em 1857. Todavia, apenas 65 anos depois, em 1975, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) através de um decreto.
A partir de então, desde sua criação, não se pretendia só comemorar o dia 8 de março, mas refletir e questionar a violência contra as mulheres. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões com o objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade. A ação vem tentando diminuir e, quem sabe um dia, terminar com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com os avanços, elas ainda sofrem em todos setores sociais, inclusive no trabalho, com salários baixos, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional entre outras violências de gênero. Muito ainda a de se conquistar!
Contudo, desde a oficialização do 8 de Março, muitos outros protestos foram realizados em defesa das trabalhadoras e das mulheres de forma em geral. “Foi e continua sendo esta consciência de classe, de gênero e de sociedade que as mulheres do passado lutaram em favor delas e que favorecem, até hoje, nós, mulheres contemporâneas”, realça Lidiane. A sindicalista lembra, portanto, que é por tudo isso que o 8 de Março é de suma importância para a valorização das mulheres e da sociedade. Mas é também fundamental que as mulheres de hoje lutem em continuidade e em homenagem às mulheres mártires do 8 de Março para que seus direitos trabalhistas e sociais não sejam excluídos, mas sim ampliados, tanto na vida profissional, como pessoal, solidárias uma com as outras.