Gráficos pernambucanos sofrem repressão durante Golpe Militar
U
ma experiência de mais de cem anos. Este é o resumo da organização dos trabalhadores gráficos em Pernambuco. Uma história interrompida quando o governo dos militares tomou conta do país entre 1964 e 1985.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficos, Edvaldo Ratis, foi expulso do comando dosindicato, preso e torturado pelo Golpe Militar em 1964. Este fato é contado pela Universidade Federal de Pernambuco através de pesquisa que revela as memórias dos trabalhadores gráficos do estado.
Uma experiência de mais de cem anos. Este é o resumo da organização dos trabalhadores gráficos em Pernambuco.Uma história interrompida quando o governo dos militares tomou conta do país entre 1964 e 1985. De acordo com o trabalhador gráfico desde 1957, Ismael Timóteo da Silva, após o golpe, substituíram o presidente por um interventor.
Até o governador de Pernambuco Miguel Arraes, tombou frente ao autoritarismo do novo regime político. “Eu vi o Palácio do Governo cercado por tanques de guerra do Exército. Quando deu meio-dia aí o governador foi preso. Aí teve uma revolução na cidade: o corre-corre foi grande, tanque de guerra, só você vendo!”, diz Ismael.
A ex-funcionária do sindicato daquela época, Amara Pereira de Carvalho, lembra que a polícia foi ao Sindgraf-PE e vasculhou a sua mesa a procura de papéis. Depois que o policial foi embora, sem encontrar o que desejava, o ainda presidente Ratis mandou a secretária para casa, temendo o pior. “Vá embora que a coisa não tá boa não. Vá pra casa o quando antes”, diz Amara.
O extremo desrespeito ao trabalhador gráfico associado ao Sindgraf-PE é nitidamente observado nos registros do livro de atas do sindicato no período 1964 a 1980. A pesquisa também revela que foi este foi um período de pouca liberdade e representatividade do sindicato perante a categoria.