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Em 28 de fevereiro de 2013 - às 18:05

Homem e trabalho: uma relação de prazer e sofrimento

Por: Flávia Vieira

 

Quando se fala em saúde no trabalho, não se pode deixar de mencionar um tema que se encontra inserido no discurso das pessoas: o estresse. Trata-se de uma questão prejudicial e bastante presente no dia-a-dia dos trabalhadores. Para os mesmos, o grande desafio da atualidade é obter o maior rendimento possível no trabalho sem comprometer sua saúde.

 

 

A busca desenfreada pela produtividade, na tentativa de alcançar o maior pedaço do mercado consumidor, vem repercutindo diretamente no desempenho do trabalhador no ambiente organizacional. Cada vez mais, delega-se àquele a responsabilidade pela alta performance e pela excelência no desempenho. Hoje, espera-se do trabalhador que o mesmo atinja o máximo de sua produtividade.

 

 

É esta que rege a relação do trabalhador com a empresa que o contratou. Investe-se em um produto perfeito, que vença a concorrência e conquiste o mercado consumidor. Não será, portanto, necessário um trabalhador perfeito? Aquele sem falhas em todas as suas competências?

 

 

A forma como a sociedade veio se constituindo ao longo do contexto do trabalho, foi se tornando um campo propício para o desenvolvimento do estresse, o qual tem assumido o status de doença. Este sintoma tem se mostrado como vilão de muitos acontecimentos como: doenças físicas, baixo rendimento profissional, incapacidade de se relacionar afetivamente. Uma de suas formas mais freqüentes de manifestação é o que se chama de estresse ocupacional.

 

 

O estresse ocupacional está relacionado ao ambiente de trabalho no qual o indivíduo está inserido. Este ambiente abrange não somente os aspectos ergonômicos ou espaciais, mas principalmente as questões ligadas ao relacionamento, gestão, realização e às características organizacionais.

 

 

Quando o trabalhador se percebe sobrecarregado, quando se percebe com problemas de relacionamento, quando o trabalho não o realiza profissionalmente, o estresse tende a ser freqüente. Outras questões que podem também ser geradoras do estresse ocupacional são a pressão para satisfazer outras pessoas, horas irregulares de trabalho, condições precárias de trabalho e a perda do interesse pelo trabalho.

 

 

França afirma que o estresse ocorre quando “o organismo responde com o corpo, com a mente e com o coração às condições inadequadas de vida de forma contínua ou muito intensa.” Podemos pensar também o estresse como sendo a forma com que o indivíduo se relaciona com seu trabalho e que é percebida pela pessoa como ameaça ao seu bem-estar.

 

 

Existem dois tipos de estresse. Quando o resultado é positivo, chamamos de eustress, é necessário para vencermos os desafios advindos do trabalho. Mas quando o indivíduo paralisa e adoece, chamamos de distress. Cada trabalhador, portanto, possui seu limiar de estresse. Assim, o que estressa uma pessoa pode não ser fator estressante para outra. França acrescenta um conceito fundamental para compreender o estresse.

 

 

Trata-se do enfrentamento ou “conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas, que são avaliadas por ela como excessivas ou acima de suas possibilidades.” No contexto do trabalho, as pressões que o indivíduo sofre, possibilitam que este desenvolva algum nível de estresse. É importante que essa pressão seja analisada de forma a identificar as fontes causadoras de pressão no trabalho e, conseqüentemente, de estresse.

 

 

Desta forma, podemos perceber que o estresse vai gerar um custo elevado para o trabalhador, pois poderá comprometer sua carreira, sua produtividade, sua relação com a família e com os amigos. Poderão ocorrer problemas de saúde, desde uma simples dor de cabeça até depressão, podendo gerar a perda do desejo de viver. As dependências químicas vão aparecer como um escape para o trabalhador estressado, aumentando ainda mais os riscos para sua saúde biológica, psicológica e social.

 

 

É imprescindível, então que se tenha compreensão da manifestação do estresse no indivíduo para que se possa agir preventivamente. Outras síndromes associadas ao estresse e que se fazem presentes no contexto do trabalho são: as somatizações (sensações e distúrbios físicos com forte carga emocional e afetiva); fadiga (desgaste de energia física ou mental), síndrome do pânico; síndrome do desamparo.

 

 

É imprescindível que as empresas busquem práticas que gerem qualidade de vida no trabalho. Melhoria da estrutura física de trabalho, relações interpessoais mais saudáveis, comunicação mais clara, liderança mais afetiva, além de serviços que possam agir preventivamente em relação ao estresse ocupacional, como forma a evitar a eclosão de doenças psíquicas e biológicas.

 

 

Apoio psicológico é de fundamental importância para que o indivíduo possa trabalhar as angústias advindas da sua relação com o trabalho. Atividades como psicoterapia, aconselhamento, grupo psicoterapêutico vêm mostrando resultados no apoio ao trabalhador que sofre por conta do estresse ocupacional.

 

 

fonte: blog.opovo

[+ Saúde do Trabalhador]

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