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Em 30 de outubro de 2017 - às 8:02

Lutas épicas dos gráficos nos últimos 30 anos

“O legado dos gráficos nos últimos 30 anos tem sido inclusive a unidade, organização e a luta em prol de tais direitos, sobretudo com acirramento maior quando contra alguns episódios de ataques maiores no período”, lembrou Iraquitan durante a assembleia da categoria na última semana. O dirigente realçou que até hoje todos os direitos se mantêm porque o sindicato e a categoria enfrentou diversas situações políticos-patronais  bastantes difíceis nestes 30 anos, a exemplo dos ataques nos governos de FHC, que priorizou leis para patrões em detrimento do trabalhador, como Temer repete hoje, ao criar uma reforma trabalhista desumana.

 

No ano de 1990, por exemplo, gráficos se juntaram com jornalistas e os radialistas, promovendo uma greve história, parando toda comunicação pernambucana em plena Copa do Mundo de Futebol. Tal força garantiu a volta do reajuste salarial com base na inflação, recuperando as perdas anteriores. De 1999 a 2002, sozinhos, os gráficos lutaram até que os donos das gráficas e jornais garantissem o reajuste salarial congelados nestes três anos, bem como a garantia dos direitos pendentes, pois não queriam renovar a convenção coletiva de trabalho da classe no período.

 

Em 2003, o Sindgraf e a classe, com o apoio dos gráficos nacionalmente e mundial, enfrentaram as políticas antissindicais e tentativa de atropelar os direitos coletivos dos gráficos locais da multinacional Quebecor. Após a greve histórica, a empresa reconheceu o sindicato como representante dos trabalhadores e garantiu direitos até superiores aos da convenção.

 

Ainda há duas grandes lutas mais recentes dos gráficos contra qualquer que seja a tirania político-patronal em desfavor da classe trabalhadora. Em 2011, houve a greve histórica dos jornais JC e DiárioPE, deixando-os sem circulação nos dias de duração da greve até que fosse garantido todos os direitos e a recomposição salarial. A greve foi reconhecida até na Justiça do Trabalho, a mesma que a Associação Nacional dos Juízes orienta atualmente seus magistrados a rejeitarem a reforma trabalhista nas ações judiciais que surgirão devido as várias inconstitucionalidades.

 

Em 2011, a IGB/Empresa, gráfica mais antiga em atividade no Brasil fez a sua greve vitoriosa, por várias dias, também contra abusos patronais. Três anos depois, em 2014, trabalhadores das gráficas convencionais realizaram as cruzadas paredistas em diversas empresas até garantirem o reajuste baseada na inflação, que era altíssima e os patrões queriam imoralmente manter suas altas margens de lucros e rebaixar os salários dos funcionários. Mas as cruzadas garantiram o reajuste igual à inflação.

 

Estes e outros enfrentamentos dos gráficos contra os ataques políticos-patronais aos seus direitos foram relembrados por Iraquitan durante a assembleia da classe na última quinta-feira (26). O experiente dirigente mostrou que, apesar da amplitude do ataque dos poderosos, parecida  com a histórica vitória bíblica quando o pequeno Davi venceu Golias, os trabalhadores sempre resistiram com unidade, mobilização e muita luta.

 

“O trabalhador gráfico sempre mostrou ter a plena consciência de classe e de luta, sobretudo nos momentos de maior opressão político-patronal. Não será diferente agora, reunindo-se ao Sindgraf em defesa da classe através da garantia dos direitos e representação sindical”, disse Lidiane Araújo, trabalhadora gráfica do DiárioPE e diretora do Sindgraf, presente na assembleia. Ela convocou toda a classe para se preparar para a luta! Sindgraf forte é classe organizada: classe organizada prospera; classe desorganiza, esfacela. Quem faz a lei, é a luta. Viva o gráfico.

[+ Memórias dos Gráficos]

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